Enviar e-mail ao Autor
You can use this page to email Maria Clara Jucá da Cunha about Tudo é meio.
Sobre o Livro
Introdução-explicação-reflexão
É um compilado de páginas de diário, poesias e textos os quais me foram (e me são, de algum modo). Do jeito que se organizam por aqui, fazem Eu, mas os fenômenos estão no mundo fazendo Outros vários. Por conta dessa possibilidade de identificação, da dinâmica e do orgânico da vida, vejo sentido em tornar público esse molde privado que as coisas tomaram em minha subjetividade.
Se uma frase minha toca, eu me sinto viva. Viver é tocar as pessoas. (E se tocar também!)
Parar para escrever “sem intenção” difere totalmente da intencionalidade de fazer um livro, de organizar as coisas para além dos pensamentos, porque haverá partilha. Compartilhar o que se escreve é sentido como exposição, até relembrar que quem lê também está disposto e proposto de alguma maneira. Essa companhia, essa relação estabelecida, localiza a vulnerabilidade em sua potencialidade.
Revisitei escritas, fases, e esse processo de levantamento e transcrição me tocou positivamente, permitindo ver de forma clara minha evolução no enxergar e interpretar. Ao mesmo tempo, reencontrar certas versões e momentos alcançou também cicatrizes, feridas, ainda em fechamento (ou abertura). Com isso, passou em minha mente: tudo é meio.
Tudo é meio porque a (real) existência é mutação, marcada por boas-vindas e despedidas. Despedidas essas que nunca irão significar a ausência de um existir, porque o que se despede fica, nem que seja na mudança.
Tudo é meio porque se faz e refaz até ficar intangível pontuar exatamente qual começo e qual o fim... o que temos é o agora.
O agora é meio.
O agora é tudo, pelo menos enquanto se é.
As palavras que profiro me soam como apresentação e justificativa. Vez ou outra, me coloco assim no mundo mesmo, como quem diz “isso sou eu, mas uma parte de mim”. Como quem vive segura do que se é, dentro do possível, porém sabe que muitos podem alcançar só uma parte, tirar por ela, e essa possibilidade incomoda.
Se incomodar com o que reconhece ser bobagem também faz parte, porque se todo incômodo tivesse gigantesca relevância... poder gozar da superficialidade é privilégio, tenho dito, sendo grande fã da profundidade.
No que se refere a esse livro, me fica uma necessidade de deixar claro que nem todos os meus humores e acontecimentos alcançam a escrita da mesma forma. A justificativa gritante é: existem aqui verdades que já se foram, e algumas que, sem dúvidas, irão com o tempo; existem um todo da parte, uma parte do todo; eu sou essa coisa por inteiro, e muito mais.
Tudo é meio porque para sempre minha essência caminha junto, cada vez mais encontrada.
Tudo é meio porque minha expressão muda, para além da forma que me coloco no mundo. A mudança começa no ver e meu colocar inicial - comigo, no auto entendimento, em impulsos e planejamentos.
Optei pela ausência de cronologia, até por não saber a ordem de todo esse apanhado. Decidi abdicar também do perfeccionismo, inclusive na correção amadora de meu próprio escrito, se não nunca concluiria esse projeto, e a sinceridade seria cada vez mais apagada na busca pela melhor colocação – que, nesse caso, é simplesmente a espontaneidade.
Sobre o Autor
Me chamo Maria Clara Jucá da Cunha, nascida em 03/07/2001.
A palavra sempre me fez muito sentido, inclusive no seu plural-subjetivo de significados. Publicar esse livro é uma realização pessoal a qual, se de algum modo vir a ser grupal, muito me fará feliz.
No fim, a partilha dessa escrita é a busca por alguma ponte (tocar) entre o meu ser e sentir com os de quem lê.